Nós por cá, classe docente ou governo doente?

Nos últimos 4 anos, com o Governo do PS, grandes alterações foram introduzidas na vida das escolas e na carreira docente:
  • Aumentou o desemprego, devido a vários factores, como encerramento de escolas, aumentando o número de alunos por turma, ao mesmo tempo que a política educativa do actual governo é sustentada em opções economicistas e sistémicas desajustadas à promoção de uma escola pública de qualidade.
  • A exploração desenfreada praticada sobre professores que leccionam nas actividades extra-curriculares, os horários incompletos e longe da sua residência, a falta de recursos de muitos jovens em início da carreira, impedem, durante muito tempo que atinjam a autonomia financeira fundamental para a sua emancipação.
  • Cada vez mais se torna difícil conciliar a vida familiar e profissional, devido a horários desregulados (nas semanas das reuniões, há tempo para entrar, mas não há hora para sair da escola) e da carga enorme de trabalho que se leva para casa.
  • Hoje, o fenómeno da violência em contexto escolar está na ordem do dia. Recentemente, foi noticiado que o Ministério Público tinha, entre mãos, 138 processos, incluindo agressões violentas contra professores e alunos no espaço dos estabelecimentos de ensino. E reflectem uma média de quase um caso por dia - dividindo este número pelos 180 dias de aulas do ano lectivo. A maioria dos docentes agredidos são professoras.
Esta situação gravíssima não acontece por acaso, embora vivamos numa sociedade cada vez mais violenta. A desvalorização do estatuto social dos docentes é um factor determinante para o tipo de relação intergeracional que se consegue estabelecer e os responsáveis do ministério da educação sempre se recusaram a discutir uma estratégia consequente para o problema da convivência escolar.

Uma classe maltratada publicamente pela tutela acaba também por ser socialmente desrespeitada.

Referência no jornal da Fenprof de Julho de 2009 (p. 32).

Mais palavras para quê?

Comentários