Birras...dizer "não" é o mandamento nº1


Dizer "não"...
Então que disciplina é essa que ajuda a minorar as birras? Dizer "não" é o mandamento nº1.
Os pais devem aprender a dizer “não” sem medo. Sobretudo sem medo que isso signifique menos amor.
E dizer “não” assume particular importância a partir dos 18 meses, já que antes a criança não o percebe e não consegue inibir os seus desejos, por imaturidade do sistema nervoso central.
Mas por volta do ano e meio torna-se mais fácil fazer respeitar a razão dos pais – com uma regra fundamental: a de que o pai e a mãe devem estar de acordo sobre as exigências que fazem aos filhos, sob pena de eles explorarem essas divergências (em seu benefício, está claro!).

Como dizer "não"?
Dizer "não" é preciso, mas deve ser doseado. Nas coisas verdadeiramente importantes, o tom deve bastar para que a criança perceba. O “não” deve ser enfatizado, para que corresponda mesmo a interdição. Se soar inseguro a criança não sente a autoridade e, portanto, não a respeita.
Assim, o “não vás para a estrada” tem que soar com firmeza, para inibir o comportamento perigoso. Já um “não te sujes” deve ser dito num tom mais ligeiro. Parecem pormenores, mas na “hora H” o tom marca a diferença.
“Não” é também o que muitas das birras significam, uma negação, uma rejeição da autoridade dos pais por oposição a um desejo que se quer afirmar. Por isso gritam, por isso desobedecem.
E o que fazer então? Primeiro, manter a calma, de modo a poder raciocinar claramente. Porque se entrar logo numa batalha de forças com a criança dificilmente consegue aplicar a sua vontade. A calma permite avaliar a situação, identificar a causa da birra e adoptar o melhor procedimento. Muitas vezes é possível acabar com a birra divergindo a atenção da criança. Ou ignorando-a. Esta é uma técnica que costuma resultar, sobretudo se a birra ocorrer em casa.

Como evitar as birras mais frequentes?
Em casa é mais fácil virar costas, deixá-la sozinha. Sem público é natural que os gritos vão descendo de tom, que braços e pernas se acalmem, enfim, que a birra passe.
Neste processo, pode ser necessário isolar a criança, mandá-la para o quarto até que se acalme, deixando claro que só sairá do “castigo” quando aquele comportamento cessar. Neste interregno, também os pais têm oportunidade de se acalmar e avaliar melhor a situação.
Em todo o caso, a criança deve ser informada das implicações de uma birra. Deve saber que a birra tem um “preço”, que não é por gritar e espernear que vai conseguir os seus objectivos e fazer os pais mudar de opinião ou de decisão.
Retirar alguns privilégios é uma das sanções que os pais podem associar a uma birra, mais do que um grito ou uma palmada.
Com frequência, a birra coincide com a refeição. Ou é a sopa ou é o peixe, ou são os legumes ou é o arroz, há sempre alguma razão para alimentar a birra. Não vale a pena obrigar a criança a comer, medir forças só desgasta os pais.
O melhor é deixá-la sem comer. Quando a barriguinha "der horas", a criança comerá tudo o que antes rejeitou. E mais se houver...É claro que em teoria é tudo mais fácil. E que no dia-a-dia facilmente um pai ou uma mãe desespera perante um filho em pleno acesso de fúria.
E facilmente também se questiona sobre as suas próprias capacidades para educar, sobre se é um bom pai ou uma boa mãe. Quando exerce a disciplina, é natural que duvide, que se questione se terá excedido os limites.
Mas é importante que saibam que as expectativas irrealistas das crianças devem ser corrigidas, para que aprendam cedo que o mundo não gira à sua volta. É preciso ensinar a razoabilidade. E isso é tarefa de quem ama.

Artigo da Farmácia Saúde

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