Epilepsia

A epilepsia é conhecida desde a antiguidade e já foi associada a factores divinos e demoníacos. No entanto, independente do factor, as crises epilépticas, principalmente as generalizadas, sempre assustaram muito as pessoas que as presenciam, fazendo com que o epiléptico tenha que enfrentar, no decorrer de sua vida, um obstáculo difícil de transpor: o de ser socialmente estigmatizado.

Epilepsia é uma alteração na actividade eléctrica do cérebro, temporária e reversível, que produz manifestações motoras, sensitivas, sensoriais, psíquicas ou neurovegetativas (disritmia cerebral paroxística). Para ser considerada epilepsia, deve ser excluída a convulsão causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos, já que são classificadas diferentemente.

Causas
Existem várias causas para a epilepsia, pois muitos factores podem lesar os neurónios (células nervosas) ou o modo como estes comunicam entre si. Os mais frequentes são:
  • Traumatismos cranianos, provocando cicatrizes cerebrais;
  • Traumatismos de parto; certas drogas ou tóxicos;
  • Interrupção do fluxo sanguíneo cerebral causado por acidente vascular cerebral ou problemas cardiovasculares;
  • Doenças infecciosas ou tumores.
Crise epiléptica
Qualquer pessoa pode sofrer uma crise epiléptica, devido, por exemplo, a choque eléctrico, deficiência em oxigénio, traumatismo craniano, baixa do açúcar no sangue, privação de álcool, abuso da cocaína (1 em cada 20 pessoas têm uma única crise isolada durante a sua vida, e essas crises isoladas não são sinónimo de epilepsia, termo empregue apenas para casos em que as crises têm uma tendência a se repetir espontaneamente ao longo do tempo). As crianças menores podem ter convulsões quando têm febre; nestes casos, são chamadas "convulsões febris", mas não representam epilepsia.

Como ajudar
Ao presenciar um ataque convulsivo (que tanto pode ser causado por epilepsia como por outros motivos, como verminose, traumatismo craniano e febre alta), percebe-se a contracção involuntária da musculatura, provocando movimentos desordenados e geralmente perda da consciência. As manifestações mais evidentes são a queda, salivação abundante, eliminação de fezes e urina (às vezes) e movimentos desordenados.

  • Proteja a cabeça da vítima com um travesseiro ou pano (para que ela não se machuque se debatendo) e afrouxe-lhe a roupa.
  • A vítima poderá morder a própria língua, mas não irá engoli-la. Por isso, não coloque objectos na sua boca nem tente puxar a língua para fora.
  • Deixe a vítima debater-se livremente.
  • Coloque-a deitada em posição lateral para que a saliva escorra e o paciente não engasgue.
  • Mantenha-a em repouso, cessada a convulsão. Deixe-a dormir.
  • Nas convulsões infantis por febre alta, deite a criança envolta numa toalha húmida.
Procure ajuda médica se:
  • A pessoa se feriu gravemente com a crise (por exemplo, bateu a cabeça em algum objecto).
  • A crise dura mais do que o normal para aquela pessoa (se não se souber a duração normal da crise para a pessoa em questão, tomar como limite cinco minutos).
Alguns epilépticos famosos:
Alexandre o Grande, rei macedónico; Alfred Nobel, criador do prémio Nobel; Van Gogh, pintor holandês e Eric Clapton, guitarrista.

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