Miopia

A miopia é uma anomalia refractiva com um grau de incidência cada vez maior. Para isso, muito contribuem as tarefas visualmente exigentes de trabalho prolongado utilizando apenas a visão de perto. O sistema visual não está biológicamente preparado para tais exigências que, continuamente repetidas, conduzem ao desenvolvimento de problemas visuais, entre eles, a miopia.
A miopia constitui uma fonte de muita preocupação para quem é por ela afectado e, particularmente para os pais de crianças com miopia. A miopia cria maior ansiedade que outros problemas visuais devido à sua maior tendência para aumentar, com a consequente diminuição da acuidade visual e a crescente dependência dos óculos ou das lentes de contacto.
Já agora, um míope não tem só desvantagens. por exemplo, um míope com cerca de 2 a 3 dioptrias, tem uma óptima visão ao perto e, enquanto os não míopes por volta dos 45 anos começam a necessitar cada vez mais de ajuda óptica para ler, a ele bastar-lhe-á tirar os óculos que necessita para ver ao longe. A visão ao perto conserva-se boa e sem alterações.

Causas
Várias explicações têm sido propostas. Alguns investigadores argumentam que o estado refractivo é geneticamente determinado. Outros procuram demonstrar a maior influência de factores ambientais. Parece provável que a miopia em vez de ter uma causa isolada seja o resultado de uma combinação errada dos diversos factores. Existe um fenómeno chamado emetropização segundo o qual, ao crescer, os vários factores que afectam o estado refractivo do olho, como as curvaturas da córnea e do cristalino, o comprimento do olho e os índices de refracção dos meios, se combinam de modo que o resultado final seja a emetropia (ie, sem "graduação"). Quando se desenvolvem anomalias refractivas, estas constituem excepções à emetropização, que apesar de tudo, ainda estão em minoria.
Um caso particular de miopia devida a uma alteração do índice de refracção, é aquela que surge em pessoas idosas quando o aumento do índice de refracção no núcleo do cristalino faz aumentar o seu poder refractivo causando miopia. Trata-se de um caso de catarata incipiente mantendo-se o cristalino transparente. É, muitas vezes, este o caso das avós que "ainda enfiam uma agulha" aos 80 anos.

Progressão
A miopia raramente existe ao nascer, sendo mais normal que a criança nasça com algum grau de hipermetropia que diminui nos anos seguintes. Esta diminuição por vezes é acelerada na idade escolar, aparecendo a miopia nessa altura, que pode depois continuar a progredir até aos 20-25 anos. Noutros casos, a miopia surge já depois dos 20 anos, mas geralmente não tem um carácter tão progressivo.
Existem várias maneiras propostas para impedir ou retardar a progressão da miopia e, embora os resultados dos estudos efectuados sobre este tema sejam contraditórios, podem-se estabelecer alguns princípios que ajudam pelo menos a retardar essa progressão:
- Manter bons hábitos de higiene visual.
- Praticar actividades ao ar livre e manter uma alimentação equilibrada.
- Quem usa óculos e é míope de até 1,5 dioptrias, deve retirá-los ao estudar, pois desse modo continua a ver bem e com menor esforço.

Identificação
As crianças no início da escolaridade, apesar de já saberem expressar o que sentem, muitas vezes, não sabem que vêem mal. Algumas delas só percebem o problema quando são alfabetizadas.
Antes disso, a criança pode achar que ver embaçado ou que não ver o que está mais longe é normal.

Os professores são grandes aliados na identificação da miopia e dos demais problemas oculares. É comum que a criança com dificuldades para ver comece a ficar mais dispersa durante as aulas, por não conseguir acompanhar o que está a ser ministrado pelo professor. Dores de cabeça e tonturas também são sintomas de problemas oculares.
No caso dos bebés, olhos muito lacrimejantes, irritados e dificuldade para encarar a luz podem ser sinais significativos de que algo está errado.

Fonte: Magnivisão

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