Anemia na criança

Anemia é a diminuição dos glóbulos vermelhos do sangue abaixo do nível considerado normal. Os glóbulos vermelhos são responsáveis por transportar o oxigénio no sangue.

A anemia leve geralmente não provoca sintomas. Quando ocorre uma anemia leve, a pessoa tem problemas para transportar oxigénio, mas o organismo tem mecanismos compensatórios que minimizam esses efeitos.

À medida que a anemia se agrava, o organismo não consegue mais compensar a falta de glóbulos vermelhos e aparecem sinais como palidez, sobretudo na pele e nas mucosas.
Dependendo da gravidade, a pessoa pode apresentar ainda fraqueza, batimentos cardíacos acelerados, falta de ar na realização de exercícios, entre outros sintomas.
A anemia pode trazer ainda problemas mais sérios como deficiências no desenvolvimento cognitivo e motor da criança.

Causas
Existem vários factores que causam a anemia, alguns deles são: deficiência na produção de glóbulos vermelhos, deficiência de ferro, doenças crónicas, doenças renais, leucemia, perdas de sangue, osteoporose, doenças hereditárias (ex: talassemia e a anemia falciforme), doenças parasitárias (ex: esquistossomose e malária) e deficiência de vitamina B12.
Alguns medicamentos também podem levar a destruição dos glóbulos vermelhos, como por exemplo, as drogas anticancerígenas.

Anemia em crianças
Em crianças, a principal causa de anemia é a carência de ferro. O ferro é utilizado pelo organismo para produzir os glóbulos vermelhos. Calcula-se que a deficiência de ferro seja responsável por cerca de 90% das anemias em crianças e adolescentes.
A falta desse mineral pode ocorrer em várias situações como, por exemplo, na dieta pobre em ferro ou quando ocorrem grandes perdas de sangue. A perda de sangue ocorre em grandes ferimentos, na menstruação abundante, ou ainda naquelas pessoas com problemas intestinais como, por exemplo, uma úlcera. Mas em crianças, a principal responsável pela anemia é a alimentação deficiente.

O organismo de um recém-nascido tem apenas, 0.5g de ferro, enquanto que o adulto tem 5g. Assim, a criança precisa ingerir muito mais ferro, principalmente nos primeiros 15 anos de vida, para compensar essa diferença e para atender às necessidades do crescimento. No entanto, nem todo o ferro ingerido pela criança é aproveitado pelo organismo. Por isso calcula-se que a criança deve ingerir cerca de 8 a 10 mg de ferro por dia.

Apesar da grande necessidade infantil de ferro, geralmente a alimentação da criança é pobre em alimentos que contém esse mineral. Fica difícil se obter só pela alimentação a quantidade de ferro suficiente para prevenir a anemia. Por isso, a alimentação infantil deve conter cereais ou fórmulas enriquecidas com ferro. As crianças que se alimentam exclusivamente de leite materno devem receber suplementos aos quatro meses de idade. Os pais devem preocupar-se em fornecer à criança alimentos ricos em ferro, que pode ser encontrado em alimentos como carne de vaca, frango e peixe, gema do ovo e em outros alimentos não animais como feijão, soja, lentilha, ervilhas, espinafre, brócolos, couve e verduras com folhagem mais escuras.

A absorção de ferro é aumentada pela ingestão de alimentos que contenham acido ascórbico ou acido cítrico, encontrados nas frutas cítricas. Alguns tipos de chá inibem a absorção de ferro. O leite de vaca, quando consumido em excesso também pode dificultar a absorção do ferro. Em contrapartida, o leite materno favorece essa absorção.
Adolescentes também estão sujeitos a deficiências de ferro devido a deficiências na alimentação, ao crescimento acelerado que ocorre nessa fase, ou pela perda no sangue menstrual.

Sinais da anemia
Para saber se a criança está com anemia, alguns sinais devem ser observados. A palidez é a indicação mais importante de anemia. Pode ocorrer também descamação da pele e desejo de comer substâncias estranhas como terra. Além disso, pode-se observar fraqueza, cansaço, sonolência, tontura, dificuldade para respirar, aceleração dos batimentos cardíacos. Quando a anemia é mais grave, pode ocorrer também irritabilidade e anorexia (falta de apetite). A deficiência de ferro também causa efeitos neurológicos e intelectuais. Alguns estudos indicam que mesmo que a pessoa não tenha anemia, mas tenha uma alimentação insuficiente de ferro, ela poderá ter problemas de atenção, alerta e até mesmo de aprendizagem.

É importante identificar a anemia o mais cedo possível, pois ela pode trazer vários problemas tanto no comportamento como no desenvolvimento da criança.
Para confirmar a presença de anemia, é necessária a realização de um exame de sangue onde são contadas as células sanguíneas e a quantidade de hemoglobina dessas células.
A hemoglobina é uma substância que indica a quantidade de ferro presente no organismo. O tipo de anemia será pesquisado por outros exames de sangue específicos.

Por ser um problema tão comum, a associação americana de pediatria, recomenda que sejam feitos exames para detectar a anemia em crianças entre 9 e 12 meses de idade. Ela recomenda ainda que seja feito um teste adicional nas idades de um ano e cinco anos para pacientes com risco de apresentarem anemia. Essa pesquisa torna-se ainda mais importante em populações com altas taxas de anemia, como nos países subdesenvolvidos.

Fonte: site BoaSaúde

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