Síndrome de Treacher Collins

A síndrome de Treacher Collins é um distúrbio do desenvolvimento craniofacial de herança autossómica dominante. A sua incidência é baixa, de aproximadamente 1/50000 nascimentos.

Caracteriza-se por várias alterações na face:
- Inclinações anti-mongolóides das fendas palpebrais;
- Malformações da pálpebra inferior (coloboma);
- Hipoplasia (pouco crescimento) do terço médio da face;
- Micrognatia;
- Malformações das orelhas (externas e/ou internas).

O quadro clínico é muito variável, havendo casos com apenas discreta alteração do formato dos olhos enquanto outros apresentam todos os sinais clínicos da doença.
O gene associado a esta síndrome, denominado TCOF1 (Treacher Collins-Franceschetti syndrome 1), está mapeado no cromossoma 5, em 5q32.
Estima-se que 60% dos casos de Treacher Collins sejam resultantes de uma nova mutação; os restantes são herdados.

O fenótipo apresenta grande variabilidade na Síndrome de Treacher Collins, na mesma família e entre famílias. As características clínicas mais comuns são:
  a) Inclinação anti-mongolóide das fissuras palpebrais, associadas ou não a colobomas (malformações congénitas com ausência de estruturas oculares devidas a defeitos na embriogénese) da pálpebra inferior;
  b) Hipoplasia malar;
  c) Micrognatia (mandíbula de dimensões inferiores ao normal), sendo frequente a ocorrência de palato fendido e macrostomia (largura exagerada da boca);
  d) Hipoplasia do pavilhão auditivo (microtia), frequentemente associada à atresia do canal auditivo e malformação dos ossículos do ouvido médio, o que pode resultar em surdez condutiva.

Existem outras síndromes genéticas, tais como as síndromes de Goldenhar, de Miller e de Nager, cujas características podem ser confundidas com as da síndrome de Treacher-Collins, sendo importante fazer o diagnóstico diferencial para cada uma dessas síndromes.

Identificação de mutações no gene TCOF1
O gene TCOF1 contém 26 éxons, segmentos ou partes da sequência codificadora de um gene, que são os elementos que compõem as proteínas, e produz uma proteína chamada treacle, cuja função está associada à transcrição dos genes ribossomais. Já foram descritas mutações ao longo de todo o gene. Na maioria dos casos, as mutações patogénicas são específicas para cada família. A maior parte das alterações em TCOF1 causadoras da síndrome descritas até ao momento, promove a produção de uma proteína truncada (proteína de menor tamanho resultante de uma finalização prematura na síntese da cadeia polipeptídica). Por isso, propôs-se como causa da síndrome um mecanismo molecular de haplo-insuficiência (situação na qual 50% do nível normal de expressão génica não é suficiente para seu funcionamento normal).

 Os estudos das mutações associadas à síndrome não permitiram o estabelecimento de uma correlação genótipo-fenótipo, portanto, nem o tipo nem a posição da mutação na sequência génica contribuíram para o entendimento da variabilidade clínica. Algumas hipóteses levantadas para explicar essa variabilidade incluem a actuação de factores ambientais, mutações em outro(s) gene(s) envolvido(s) no mesmo processo de desenvolvimento embrionário e a presença de variações polimórficas no alelo normal do gene TCOF1.

Aconselhamento genético e diagnóstico molecular
O padrão de herança é autossómico dominante. Portanto, os portadores da doença têm um risco de 50% de virem a ter descendentes com a síndrome. O teste genético para a detecção de mutações no gene TCOF1 consiste em analisar todos os éxons do gene por meio das técnicas de PCR e SSCP, sequenciando aqueles que apresentarem variação. A sensibilidade do teste é de 95% para os casos que apresentam sinais clínicos característicos da síndrome.

O teste molecular é importante para confirmar o diagnóstico clínico, mas é particularmente relevante em casos com quadro clínico leve, nos casos em que há dúvidas do diagnóstico e nos casos isolados.

Fonte: Centro de Estudos do Genoma Humano

Comentários

  1. GOSTARIA DE CONHECER PESSOAS COM ESSA SIDROME , POIS EU TENHO, ME CHAMO CAMILA .MEU ORKUT E camycamy50@hotmail.com.

    aguardo alguem falar comigo.

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