Hiperactividade

Descrição diagnóstica:
• DDA- distúrbio de déficit de atenção
• DHDA- distúrbio de hiperactividade com déficit de atenção
• TDA - transtorno de déficit de atenção
• THDA - transtorno de hiperactividade com déficit de atenção

Definição :
• O termo hiperactividade é usado para definir alterações no pensamento e na acção (distracção, impaciência, actividade excessiva, emotividade e impulsividade).
• A hiperactividade é considerada um distúrbio de interacção.

Descrição do quadro clínico:
(presença por no mínimo 6 meses)

Tipo desatento TDA
• não enxerga detalhes ou é descuidado
• dificuldade em manter a atenção
• parece não ouvir
• dificuldade em seguir instruções
• dificuldade em organiza-se
• evita/não gosta de actividades que exijam esforço mental prolongado
• distrai-se com facilidade
• perde objectos
• esquecimento das actividades

Tipo hiperactivo impulsivo THDA
• inquietação com mãos e pés
• dificuldade em manter-se sentada
• corre sem destino, sobe, desce
• dificuldade em concentrar-se silenciosamente
• responde com impulsividade
• agitação constante
• dificuldade em esperar a vez
• interrompe actividades, diálogos

Etiologia/causas:
• genética (prevalência no sexo masculino envolve cromossoma "x")
• hereditariedade
• maturação do sistema nervoso central
• funções bioquímicas cerebrais (dopamina)
• relacional (relações objectais) da criança x cuidador (quadro de personalidade ou transtorno depressivo da mãe ou cuidador)

Tratamentos:
• ainda não há cura, precisa ser controlada durante toda a infância.
• uso de medicamentos ( metilfenidato - ritalina, dextroanfetamina - dexedrin, imipramina -trofanil)
• acompanhamentos necessários: (neurologista/ psicólogo/ psicopedagogo/ terapeuta da fala/ fisioterapeuta)

Prognóstico:
• quando tratada, costuma minimizar os sintomas durante a adolescência e entrada na fase adulta, o comportamento torna-se mais estável.
• quando não tratada adequadamente, tem um desenvolvimento negativo na adolescência comprometendo a vida adulta.
• desenvolvimento pedagógico é mais lento
• tendência para actividades profissionais dinâmicas: desporto; artes, teatro, profissões de liderança

Técnicas para ajudar a criança hiperactiva:

Interacção na comunicação, atenção/concentração
• aprender a ouvir os outros.
• prestar atenção.
• olhar para a pessoa.
• não falar enquanto os outros estiverem falando.
• prestar atenção sobre o que se está falando.
• pensar sobre o que se está falando.
• revezar a fala - diálogo.
• identificar-se/ dizer o nome/ apresentar-se.
• perguntar o nome com quem está falando.
• dizer algo sobre si mesma.
• investir na autoestima.
• observar os sentimentos e nomeá-los.
• reconhecer seus comportamentos calmos e adequados.
• usar linguagem positiva: desce/ vem/ fecha.
• dizer o que deseja.
• oferecer ajuda/ compartilhar.
• aprender a agradar, elogiar, desculpar-se.

Suportar frustrações
• verificar se a criança compreendeu a ordem.
• repetir as instruções para si mesmo.
• repetir tarefas de forma diferente.
• realizar tarefas cumprindo etapas.
• frear comportamentos agressivos e torná-los verbal, em lúdico-criativo.
• ser capaz de aguardar a vez.

Socialização
• sugerir uma actividade que seja motivadora.
• decidir com quem quer realizar.
• poder pensar sobre quando perde, ganha ou quando a resposta for "não".

Agressividade
• a agressvidade não é característica da criança hiperactiva, é um afecto que toda a gente tem.
• ter consciência sobre seu comportamento.
• pensar sobre como os outros se sentem e reagem à sua agressividade.
• pensar como poderia agir de forma menos agressiva.
• discriminar agressividade como impulso destrutivo da agressividade como impulso criativo.
• o educador deve falar das suas limitações para lidar com a agressividade.

Recompensas e punições
• as regras devem ser claras e concisas.
• criar regras, valores e puniçoes retiradas do grupo turma.
• as recompensas quando usadas deverão ser a curto espaço de tempo.
• as punições devem ser breves, imediatas e firmes.
• dar atenção imediatamente quando o comportamento parar e apresentar um comportamento aceitável.

Orientação aos educadores
• o professor deve ler, informar-se e estudar sobre hiperactividade.
• deverá existir uma rotina consistente e previsível na sala de aula.
• adequar o trabalho pedagógico com tarefas possíveis para a criança.
• preocupar-se com a aprendizagem da criança e não com conteúdo pedagógico.
• manter formas diferentes de avaliação.
• manter actividades e tarefas combinadas negociando com a criança.
• orientar o grupo turma para ajudar a criança, explicando suas necessidades e habilidades.
• desenvolver trabalho com o grupo turma como parceiros auxiliares.
• trabalhar com grupos de alunos em projectos, actividades, etc...
• evitar correcções excessivas. observar os erros recorrentes e apontá-los buscando a solução.
• evitar actividades repetitivas e mecânicas.
• avaliar a validade de enviar tarefas domiciliares.
• acompanhar o tratamento da criança: sobre as consultas, nome dos profissionais, se faz uso de medicação, relatórios enviados, pedir relatórios, etc...
• orientar os pais sobre alguma modificação no comportamento da criança ou dúvidas que possam ter.

Orientação aos pais
• as crianças hiperactivas precisam de atendimentos adequados.
• os pais devem procurar informações e esclarecimentos para cuidar da criança.
• somente algumas crianças hiperactivas são medicadas.
• se há história de hiperactividade, transtorno depressivo nos pais ou em outro elemento na família, verificar hipótese de hiperactividade na criança.
• os pais não causam hiperactividade nos filhos, mas o seu modo de interagir pode aumentar ou diminuir o comportamento hiperactivo.
• os pais devem procurar ajuda quando perceberem as suas limitações para lidarem com a criança.

Adaptado de artigo de Marina Almeida (Profala)

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