Estratégias para alunos com DA

Os alunos com dificuldades de aprendizagem (DA) podem desconhecer as suas fraquezas ou, por outro lado, terem a consciência de que progridem menos do que os restantes colegas. Assim, deverá ser feito tudo o que estiver ao nosso alcance para desenvolver a sua auto-estima.

Alguns alunos adquirem de tal maneira a consciência das suas fraquezas que acreditam serem incapazes de aprender.
Estes alunos precisam de ser convencidos, ainda que isto possa parecer difícil, de que podem e irão aprender efectivamente, através da sua perseverança.

Algumas das estratégias seguintes poderão ajudar alunos com DA:
• Definir o que o aluno já sabe e voltar ao ponto onde a dificuldade ocorre.
• Permitir que o aluno trabalhe consoante o seu ritmo, marcando tarefas que podem ser, realisticamente, concluídas dentro do tempo disponível.
• Estruturar a aprendizagem em pequenas etapas e de forma sequencial.
• Apresentar o mesmo conceito de diversas formas, reforçando a aprendizagem.
• Encontrar tempo para a repetição frequente de aprendizagem rotineira, como por exemplo recitar o alfabeto ou aprender a leitura e a ortografia de palavras-chave.
• A repetição diária, em sessões curtas, é mais eficaz do que em longas sessões semanais.
• Para além de dizer, é também importante mostrar ao aluno o que ele tem de fazer. Dar-lhe exemplos concretos e permitir a sua aplicação prática durante o tempo que for necessário.
• Manter tarefas curtas e trabalhar no sentido de um aumento gradual da concentração.
• Encorajar um aluno que é passivo a tornar-se mais activo, envolvendo-se em discussões e actividades de grupo.
• Fornecer um ponto de partida para tarefas de escrita criativa, em vez de apresentar ao aluno uma folha de papel em branco.
• Ensinar competências de estudo em todos os níveis, de modo a que o aluno tenha acesso a fontes de ajuda.
• Ouvir o que o aluno diz, para que se compreenda o seu ponto de vista, bem como se perceba qualquer tipo de receio.
• Dar um feedback imediato reforçando positivamente os esforços.
• Reconhecer publicamente o talento do aluno para que, ele ou ela, adquira um certo estatuto dentro do grupo.
• Permitir a experiência de progresso ao aluno, nas áreas do currículo em que pode vencer.
• Discutir as evidências de sucesso com o aluno.

Diferenciar, tanto quanto possível, as tarefas e os materiais para que este se sinta motivado para a conquista do seu sucesso. Possivelmente, será necessário repetir as instruções de diferentes formas, bem como tentar saber se o aluno tem alguma questão a colocar, sendo preferível evitar dar muita informação de uma vez só.
Elogiar e encorajar o aluno pois potencia o aumento da auto-estima.

Dificuldades de Aprendizagem Especificas
DISLEXIA
Os alunos com dislexia são fracos num ou mais do que um canal de aprendizagem, pelo que a abordagem multissensorial deve ser utilizada sempre que possível.

Assim, ajudar o aluno disléxico é, em primeiro lugar, permitir-lhe aprender por todos os meios disponíveis: visual, auditivo, oral, táctil e cinestésico. A vantagem de uma abordagem multi-sensorial está no facto de esta permitir ao aluno usar os seus pontos fortes, no apoio a áreas mais fracas.

É importante:
• Deixar o aluno perceber que estamos interessados nas suas dificuldades, incentivando-o a pedir ajuda.
• Em contexto sala de aula, o aluno deverá estar perto de nós, o suficiente para receber a nossa ajuda facilmente.
• Repetir a novas informações e verificar se foram compreendidas.
• Permitir tempo suficiente para o trabalho ser organizado e concluído.
• Ensinar métodos de estudo.
• Encorajar a práticas da sequência de ver/observar, depois tapar, depois escrever e depois verificar, submetendo o uso da memória.
• Ensinar as regras ortográficas.
• Fazer uso de mnemónicas
• Incentivar o aluno a utilizar digitação de texto, como auxílio para a composição.
• Incentivar o aluno a usar o corretor ortográfico de um processamento de texto.
• Proporcionar ao aluno a variedade de modos de abordar, gravar e apresentar um trabalho por exemplo, gráficos, diagramas, processamento de texto ou podcasts.
• Utilizar livros com fitas adesivas para facilitar a leitura (tapando ou marcando áreas).
• Fazer experiências com filtros coloridos, se o aluno não gostar dos reflexos da impressão a preto sobre o papel branco.
• Utilizar o dedo para seguir o texto.
• Enfatizar a rotina para ajudar o aluno a adquirir um sentido de organização.
• Evidenciar o que aluno fizer bem e dando-lhe a oportunidade de “brilhar”.
• Elogiar sempre que possível o trabalho do aluno.
• Incentivar a participação em trabalhos práticos.
• Não assumir que o aluno é preguiçoso ou descuidado.
• Nunca compara-lo com o resto da turma.
• Não pedir ao aluno para ler em voz alta na sala de aula.
• Não corrigir todos os seus erros.
• Não dar longas listas de ortografia.
• Não insistir na reformulação, a menos que exista um propósito claro.

Com os alunos muito jovens, todos os exercícios criativos que envolvam a memória tais como, dizer poesia infantil em conjunto, ler poemas, utilizar mímica, teatro, falar de imagens, utilizar a acção, os jogos de tabuleiro, jogar a pares, aplaudir as sílabas e cantar músicas, podem ser muito úteis.

Algumas das seguintes estratégias podem também ajudar não só professores mas também os pais destes alunos:
• Incentivar a pratica de habilidades físicas, tais como atirar, capturar, chutar bolas, saltar treinar o equilíbrio.
• Incentivar os grandes movimentos para a escrita, por exemplo a escrita com o indicador na areia.
• Falar sobre livros, usando a linguagem dos livros — as imagens, as palavras e as letras — para perceber que os livros podem ser analisados, lidos e desfrutados, uma e outra vez.
• Mostrar como segurar num livro, de que forma ele abre, onde começa história, onde é o topo da página e que direcção segue o texto.

Ajude as crianças a aprender a seguir instruções, começando com apenas uma ou duas por exemplo, "por favor pega no lápis e coloca-o na caixa ", e fazer gradualmente sequências mais longas, por exemplo, "ir à prateleira, encontrar a caixa vermelha, traze-la para mim '. Incentive sempre a criança a repetir a instrução antes da sua realização.

DISPRAXIA
Um terapeuta ocupacional deverá avaliar o aluno e sugerir ideias para actividades e estratégias encorajando o desenvolvimento e limitar o impacto das dificuldades, tanto na escola como em casa. O aluno poderá frequentar um tratamento de grupo, sendo que o seu desenvolvimento deverá ser monitorizado de perto e revisto de forma regular.

As seguinte estratégias também poderão ajudar:
— Dar instruções claras e inequívocas.
— Dividir as actividades em pequenos passos.
— Organizar um sistema em que o aluno e o educador funcionem em conjunto como uma única unidade, para se acompanharem e ajudarem mutuamente (‘buddy system’).
— Permitir tempo extra para a finalização dos trabalhos.
— Ensinar à criança estratégias para se lembrar das coisas.

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