Aspeto neurológico da dislexia

O cérebro humano é responsável por uma série de importantes funções no organismo. É ele quem rege essa imensa orquestra que é o corpo humano. Esse órgão foi subdividido em regiões a fim de melhor entender as diferentes funções que realiza. Existem áreas que se associam para a realização de diversas “tarefas” de forma a combinar informações provenientes das mais variadas regiões do córtex. Por isso, esse local é chamado de Área Associativa. A figura a seguir demonstra a região Parieto-occipitotemporal, um dos componentes da área associativa. É aí que encontram as principais partes responsáveis pelo desenvolvimento da neurolinguistica, a área de Wernicke é a mais relevante para o caso de um tipo de dislexia.
A chamada de área de Wernicke, a qual se envolve, sumariamente, no entendimento da linguagem em si está relacionada a um tipo de função intelectual superior. Isso porque se entende que a linguagem é responsável por boa parte do desenvolvimento dessa habilidade. Um problema que afete esse local cerebral resulta em um tipo diferente de dislexia mais relacionado a uma incapacidade de entendimento da palavra propriamente dita. Ou seja, pessoas que tenham um distúrbio nessa localidade cerebral podem entender a palavra falada, ou até mesmo escrita, mas não compreendem o significado que elas contêm. Já o dito giro angular, local que está na região inferior do lobo parietal (mostrado na figura), por exemplo, é uma parte importante responsável pela interpretação da forma visual da palavra, que encontra entre os lobos temporal, occipital, e temporal. É a partir daí que a leitura é concretizada da maneira escrita sedimentando o significado das palavras as quais passam a ser mais que um “conjunto de letras” do alfabeto. Sabe que disfunções nessa região podem estar intrinsecamente relacionadas ao problema aqui discutido, a dislexia. Nesse caso, o indivíduo também pode ver a palavra, e saber que, por exemplo, no jornal existem muitas palavras, mas não sabe o que elas querem dizer, não há uma concretização da grafia com um conjunto de significados, como se fossem apenas uma sopa de letrinhas desconexas.

Como se pode facilmente entender, o ser humano, nas suas fases iniciais de desenvolvimento, amadurece intelectualmente de forma gradativa. Assim, as regiões aqui citadas como partes importantes para a aquisição da habilidade de leitura e escrita, estão presentes nesse processo. Entre, aproximadamente, as idades de quatro a seis anos, há o aprimoramento da parte mais visual das palavras. Nesse estágio, a criança já consegue transcrever algumas palavras, sem entender muito que elas dizem. Podem copiar, por exemplo, o seu nome que a mãe escreveu no papel (copiam, mas só sabem que é nome porque a mãe falou). Já entre cinco e sete anos, a capacidade de compreensão sonora da leitura começa a se exibir. Há uma ligação dos sons das palavras com o significado que elas venham a ter. Por exemplo, a criança começa a entender que se juntar as sílabas es+co+la se formará a palavra escola e ela entenderá o significado dessa grafia (nessa fase a compreensão começa a ser adquirida). E, até os nove anos de idade, esse processo intelectual se consolidará com o aprimoramento da capacidade de leitura, fluente e compreensível. Aqui, a criança é capaz de ler em voz alta na sala de aula de forma ininterrupta e inteligível para si e para quem ouve. Resumidamente, algum processo que, venha a atrapalhar o desenvolvimento de qualquer um desses estágios de forma concreta, no próprio desenvolvimento do sistema nervoso, pode desencadear um tipo de dislexia.

O peso que a genética pode ter sobre a determinação do caráter disléxico é ainda estudado e pesquisado por cientistas. A recomendação é a de que se deve, caso haja algum parente próximo que sofra do problema, como mãe ou pai, procurar um especialista que analise a criança mesmo antes de aparecerem possíveis indicadores do problema. Dessa forma, o tratamento pode ser iniciado de forma rápida e efetiva a fim de evitar muitos problemas que a criança possa ter tanto na vida escolar como social.

Problemas em cromossomas, especialmente o seis, que possui o gene DCD2 (que pode, supostamente, estar envolvido em até 20% dos casos de dislexia) e 15, com os genes DYX1, DYX2 e DYX4 parecem estar relacionados as mais variadas dislexias. O aparecimento, inclusive de características de rompimento de circuitos cerebrais, podem manifestar-se graças a esses defeitos cromossomais.

Comentários

  1. Olá, tudo bem?
    Esta postagem é muito legal, tem tudo a vê com o meu tcc. Gostaria de saber qual a referência que utilizou para faze-la. Pois gostaria de utiliza em meu tcc porém não posso botar o blog como referência.
    PODE ME AJUDAR?
    Beijos Amina tenha um bom feriado!

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  2. Boa tarde. Obg pela leitura. O artigo foi retirado do site infomédica, tem o link no canto inferior direito do mesmo.
    Atm

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